quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Deu na telha ...

. Quando entro numa loja para comprar algo e acabo vendo várias opções, sempre decido por aquela que gostei primeiro.

. Vestir a camisa costuma ser bom, o duro é quando nos pedem para pagar por ela também ...

. Ainda não entendi direito o problema da missa: é o padre que não fala coisa com coisa ou o pessoal que frequenta que não entende o que ele fala?

. Aliás, as pessoas que freqüentam as mais variadas casas religiosas costumam prestar alguma atenção no que se fala por lá?

. Nem sempre quando se ganha uma Bíblia de presente é por que se é praticante. Às vezes, é somente uma grande demonstração de carinho que um casal sente por nós!

. Chocolates não engordam, a não ser de felicidade.

. Papai Noel existe e o coelhinho da Páscoa também. O resto todo não passa de invenção.

. Nunca ligue para datas, elas não passam de números no calendário. Aquilo que realmente importa fica guardado pra sempre na memória da gente.

. As pessoas tendem sempre a ver o pior lado das coisas. Mas a outra vista sempre está lá.

. Honestidade é obrigação, não virtude.

. Um sorriso e um bom dia muitas vezes fazem com que o dia seja realmente bom.

. Até os meus catorze, quinze anos, menina era aquele ser que não jogava futebol.

. A primeira mão boba por baixo na blusa a gente nunca esquece. Nossa, isso foi há muito tempo ... rsss

. Seios fartos enchem um decote; seios pequenos se aconchegam na palma da mão.

. Não me perguntem porque nós homens gostamos de tentar ver a calcinha das mulheres quando elas estão de saia. Não é questão de porquê, apenas de gostar.

. Um mundo sem mulheres seria muito chato. Ainda assim, sempre achei que boa companhia é inerente ao sexo, embora esse sexo me atraia e muito.

. Não dá pra pensar em fazer poesia para um cara barbudo que tem a sutileza de um hipopótamo nos seus movimentos. Não é questão de homofobia, é de feminilidade mesmo!

. Você pode bater em quem quiser. O corpo pode até sarar da ferida, mas a alma, jamais!

. Nenhum beijo é mais gostoso que um beijo roubado.

. Olhos puxados trazem um charme difícil de resistir.

. Pele morena também.

. Quando vejo passar uma mulher desfilando seus charmes, belezas e simpatias, fico tentando entender como é que um homem não consegue se interessar. Ah, mulheres ...

. Toda mulher tem seu charme e todo homem, suas preferências. Balançar o coreto faz parte, mas saber respeitar suas relações deveria vir de nascença.

. Eu sempre fui 95% fiel. Os 5% restantes ficam por conta do irresistível prazer em apreciar a beleza que nos bate à retina.

. Não importa a idade, a primeira vez que se trilha o caminho da intimidade com alguém sempre dá um friozinho na barriga.

. A gente sempre espera um sorriso como reação, mas nunca descarta a possibilidade de vir um tapa!

. A dobra entre o bumbum e a coxa é puro fogo no pavio da testosterona.

. Nem toda mulher gosta de receber flores, o que quebra a cara de muito marmanjo que pensa estar o conhecimento sobre o sexo oposto todo escrito num manual.

. Sexos opostos se atraem.

. Cada um tem o direito e a liberdade de agir e se expressar como bem entender, mas é de bom tom que assuma as conseqüências do que fala e faz. Compreender diversidade seria bom, mas gostar sempre será da natureza de cada um e não pode ser definido por lei.

. Não importa a idade, a gente sempre gosta de dar uns amassos em locais proibidos.

. É incrível como um simples beijo num pedacinho do pescoço consegue fazer a pele de um corpo todo se arrepiar.

. Quem nunca nadou sem roupas de banho numa piscina talvez tenha dificuldade para entender toda a dimensão da palavra liberdade.

. Fazer amor é bom. Fazer sexo também pode ser bom. Mas fazer sexo com amor não tem adjetivo nem advérbio para se qualificar.

. Pouca luz quando se está a dois é a troca da retina pelo tato. E quem já provou dessa troca sabe o quanto vale a pena.

. Poucas coisas têm mais encanto do que um sorriso logo após o durante ...

. Jamais confunda preferência com algo que possa considerar ser impreterível. Toda mulher tem seu encanto e ele não precisa vir desenhado do jeito que mais se gosta para que se venha a amá-la.

. Poemas não precisam, necessariamente, que se goste de alguém. Às vezes, a poesia é maior que o sentimento e os versos exalam seu perfume pela própria beleza de sua escrita.

. Proporcionar prazer é tão bom quanto receber. Sempre!

. Não interessa com quem você esteja, desde que esteja de verdade.

. Intensidade e cumplicidade só funcionam quando estão de mãos dadas. Amores, paixões e relacionamentos nasceram para serem tocados com o pé no fundo do acelerador.

. Não ralhe com um homem que olhou no seu decote. Olhos e decotes nasceram uns para os outros.

. Nunca se vira para o outro lado depois de um ato. Proximidade e abraços só se conseguem frente a frente.

. Óculos escuros foram feitos para se proteger da forte luminosidade, nunca de um outro olhar.

. Se as suas mãos conseguem arrancar suspiros de prazer nos corpos alheios, não lhes negue a chance de lhe provar o quanto isso é verdade.

. Meninas têm beleza de meninas, mulheres têm beleza de mulheres. Depois de um certo tempo, o homem precisa entender isso sem olhar para sua data de nascimento.

. Um dos bens mais preciosos de uma mulher é sua feminilidade. Jogar isso é fora é um grande e equivocado desperdício.

. Nem toda beleza de uma mulher está nos seus traços ou curvas, mesmo que a maioria dos homens lhes diga o contrário. Charme é um dos abstratos mais concretos que já conheci em minha vida.

. Toda mulher guarda dentro de si uma menina que não morre nunca.

. Andar de mãos dadas é um dos prazeres mais simples e deliciosos que se pode conseguir a dois.

. Quando um casal não mais se beija na boca, é sinal que a areia da ampulheta chegou ao fim.

. Se você lê nos olhos dele o quanto ele te ama, não cometa a estupidez de só acreditar quando os lábios dele o pronunciar. Irritação corrói qualquer gostar de forma inapelável.

. Acredite mais no que seus olhos vêem ao que seus ouvidos ouvem. Mas apenas no que viu e nunca no que imaginou ...

. Toda mulher sonha, inclusive aquelas a quem a sociedade reserva os piores adjetivos.

. Meu primeiro beijo foi na ante-sala de um cinema que já não existe mais. Só na minha memória ...

. Não sei se existe amor a primeira vista, mas com certeza existe ao primeiro sorriso.

. Olhar o mar é como ver aviões pousando e decolando: parece sempre igual, mas sempre fico encantado com aquela visão.

. Certa vez, na adolescência, perguntei a uma grande amiga se ela ainda era virgem, ao que ela respondeu que sim. Repliquei que, em sonho, não era mais ...

. Existem poucas coisas no mundo mais deliciosas do que beijar o ventre de uma mulher e de lá ver o prazer se estampar em suas faces ...

sábado, 4 de dezembro de 2010

Jardineiros

Eu não consigo entender, meu irmão, não sei se por intolerância ou por não ser realmente compreensível, mas juro que queria saber o porquê dessa pequenês toda que vaga aí pelo mundo a transformar pontos em universos, descaracterizando o que nos ensinam nos bancos das salas de aula de geometria, os tais postulados fundamentais: ponto, reta e plano!

Se o plano já não é lá essas coisas, pois lhe falta ao menos uma dimensão, pior ainda é o ponto, que não passa de um pingo de tinta ou picada de grafite, uma pinta no papel branco que mal serve para brecar o fim das sentenças. Bem, já que ele existe, não o deixemos vexado a qualificá-lo de insignificante, porém não caiamos no exagero de querer por coroa em quem nem cabeça tem.

Há tempos que o ser humano foge da luz e cava treva com vigor impressionante! Se o caminho pavimentado e de bela paisagem se mostra como opção, a escolha normalmente recai por descer pelo barranco. E é um tal de limitar, de viver de limites, de andar de marcha a ré, de fugir do mar pra nadar na areia. São coisas que não consigo entender.

Por que o tapa tem preferência ao carinho? Por que a rosa cede lugar ao espinho? Todo mundo gosta de perfume e maciez, mas escolhem travesseiros de pedra com odor de budum na hora de deitar a cabeça para ter um dormir tranquilo. É pedir para colher pesadelo na hora de semear o sono.

Ainda não entendi direito essa necessidade de defesa, de atirar pedras ao menor sinal de contrariedade, essa dificuldade toda em aceitar diferenças. E quando digo aceitar, é aceitar mesmo, de coração, sem disfarces mal disfarçados em vestes de peneira. Não se precisa gostar daquilo pelo qual o paladar não se agrada, mas custa aceitar que outros paladares possam existir?

Cabeça dura é aquele que não concorda conosco e teima em ter opinião própria. Já parou pra pensar no absurdo? Fato é aquilo que bate com nossa opinião formada. Nós temos fatos, os outros apenas não entendem os fatos, por isso discordam.

Há uma batalha invisível pelo domínio do eu, do ego, do migo. Deveriam pensar mais no amigo, na amizade, na boa risada dos problemas pequenos que trasnformamos em catarata.

O tempo passa na base de duas dúzias de horas por dia e o presente vai virar pretérito a cada segundo que se for. Não tem volta, virou história e não se mexe mais nela. Boas histórias viram presente na fala dos narradores, são memórias que valem seu ressuscitar. E como trazem sorrisos ao serem contadas e recontadas!

Precisamos de mais jardineiros, meu irmão, pois todos gostam de flores, seu encanto e perfume. Basta colhê-las, enviá-las e aguardar o sorriso chegar. Contudo, está faltando gente para plantar e, se assim continuarem as coisas, um dia não haverá mais flores para colher. Precisamos de mais jardineiros, urgentemente ...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Medusa

Entre sombras e penumbras
Da luz baça que transpassa
Pelos poros da veneziana
Trazendo à forma dos cabelos
Os traços de Medusa
Mas sem olhar que vire pedra
Apenas o encanto do sorriso
No provocar dos desejos
Em busca de algo a mais
No balançar dos corpos
Para que ao amor seduza

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ainda trocando cartas ...

Assim veio o email ...


A a lua, na morte de toda noite, também vai morrendo pra nascer lua.

O mundo, o tempo e o universo se dão à lua singular que paira acima de tudo. E é sempre assim, lua.

O passado, neste instante, se repete na nossa janela.

E vai se repetindo...


E assim voltou com a resposta ...


Uma vez, numa dessas milhares de conversas jogadas dentro (tudo bem, algumas até foram jogadas fora ... rsss), soltei assim meio que do nada que não gosto de andar de trem, pois bom mesmo é andar de navio. Quando perguntaram o porque, expliquei que trem tem começo, meio e fim, tem caminho único e somente a paisagem que se passa é que pode mudar, desde que a viagem não se repita.

Já o navio vai para qualquer lado, é coisa de poeta, que tem alma e a quer livre, sem amarras.

O norte é sempre para o norte, porém é preciso achá-lo e saber que tem a vastidão do horizonte, um rumo definido como guia, porém com o caminho a se escolher.

Talvez nos vejam como pretensiosos quando evocamos a um pequeno grupo o rótulo de nível acima nessa coisa de deixar a pena grafar. Mas a riqueza tem brilho e é por isso que sabemos a diferença, pois a ausência do grupo tem sido refletida em luz opaca. Meu umbigo ainda está aqui, mas há tempos o mundo já me contou que não gira em torno dele. Felizmente, o ouvido estava límpido e cristalino para ouvir a voz da mãe natureza.

Um verso escrito no joelho, num pedaço de papel higiênico amassado, mesmo sem maiores valores literários, ainda é um verso e dá a quem o escreveu uma ponta, mínima que seja, de mérito. Gosto é gosto, mérito é mérito e o dicionário parece ter sido abolido das visões humanas há tempos.

É preciso saber reconhecer, ainda que o paladar seja distinto. E quem não o faz, corre o risco de achar que a lua é apenas uma imagem arredondada, branca ou amarelada, perdida na escuridão da noite e esperando o raiar do dia para selar de vez sua insignificância diante do esplendor solar.

E a lua é bonita demais para ser apenas a forma arredondada dos que nunca tiveram pelas narinas o odor da poesia da vida.

E para os que tiveram essa dádiva, no oitavo dia Deus criou a seresta, para fazer espelho no brilhar da Lua. E é por isso que seresteiros têm brilho, meu irmão ...

Também sinto a falta de vocês por lá e estarei, sempre que houver um tempo, marcando território, nem que seja como farol em noite de tempestade. E assim que o avistarem, o convite a se juntar se mostrará, como sempre, eterno. E será noite de seresta novamente ...

sábado, 4 de setembro de 2010

Vôo em dueto

- Voar!
- Voar?
- Voar, levantar, galgar, alcançar
- Para que?
- Para se deliciar!
- No ar?
- Sim, no ar
- E ver o mar?
- Sim, pode-se observar
- Então, há uma visão
- Ou ilusão
- De ótica?
- Quem sabe?
- Não sei
- Não perguntei quem não sabe!
- Eu sei
- Não gosto de saber
- Por que?
- Para não responder
- Responder é falar
- Prefiro o silêncio
- E onde achar?
- O que?
- O silêncio
- Ah! No ar
- No ar?
- Sim, com amor e paz
- Sem dor?
- Sem dor
- Só no ar?
- Sim, sempre a voar
- Adeus
- Já vai?
- Sim
- Por que?
- Prefiro o falar
- Então ...
- Pois não!
- ... não sabe voar?
- Quem sabe?

09/03/80

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Casamento

Não se resume um poema a um verso
Não se deve deixá-lo assim
Pois estrofe de linha única
É como limitar poesia
Trajá-la em singela túnica
Viver só de noite e sem dia
É ter inverno sem verão
Ver sempre fechada a flor
Tolher asas de uma paixão
Tirar do mundo sua cor
Deixar de sentir perfume
Quando houver madrugada
O tempo, nublado e sem lume
A relva sem estar orvalhada

E com apenas um sorriso
Veio o encanto ao meu olhar
E num momento de improviso
Pedido pra namorar
No mais bater do coração
O ímpar quis fazer par
E ter na minha a sua mão
Para levar-te ao altar

14/06/2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Laura

Meu amor
Diz pra mim
Que essa canção traz pra você algo assim
Como o frescor de uma manhã à beira mar
Brisa suave que perfuma seu caminhar

Diz assim
Só pra mim
Que o infinito para onde vai o seu olhar
Borda de encontro, linha em contraste do céu e o mar
Traz a sua mente nossa estória a recordar

Laura
Laura
Mesmo se não estás perto de mim
Ouço sua voz dizendo eu vim
Sempre me trazendo a sensação
Do eterno rir do coração

Não tem fim
Sempre assim
Basta o piscar dos olhos meus para lembrar
No pensamento te trazer para dançar
A melodia que eu compus por te amar

Diga sim
Só pra mim
Ainda que o longe seja agora o meu estar
Não dê ouvidos às palavras que eu soltar
Pois a verdade só se exprime no meu olhar

Laura
Laura
Preto e branco são vida sem cor
Lua que não reflete um grande amor
Tenho que fazer a confissão
Sem você o dia é solidão 13/07/2010

Obs.: Laura é personagem da crônica "Chuva", publicada nesse blog em janeiro de 2009, em três posts. Esse poema é a letra da melodia criada para ela, feita nesse mês de julho, e retrata o sentimento da outra personagem, Carlo, que é músico.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Correnteza

Não perca o lume
Por uma gota de ciúme
Noite sem luz
Lua debaixo dos lençóis
Manhã de Sol nublado
Amor sem ser amado

Não feche o semblante
Nem tire da estante
A prateleira dos livros
Das linhas de versos
Porções de universos
Que chamamos de estrofes

Não tire, jamais
O sorriso do rosto
Do fundo da minha retina
Seu jeito de menina
Que tanto faz encantar

Deixe correr solto
Todo esse sentimento
Escorrer peito afora
Beijo que demora
Brilho no olhar

A cada desvio teu
A escada ganha um degrau
A mão fica distante
O tempero sai sem o sal
Perde o brilho o diamante

Não deixe outros nãos
Invadirem seu poema
Travarem suas estrofes
Te afastarem de mim
É apenas um pedido
Bilhete assim mandado
Desejo de ter ao lado
Seu sorriso sem fim

05/07/2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Poema para Mahria

Foi no mesmo dia 10, assim como ao visitar Rebeca & JC, a leitura de lá fez surgir um poema por cá. No caso, ao visitar Mahria, cujo post no dia falava sobre um novo poema. Então, resolvi dar um pitaco ...


Um novo poema
é como um sopro renovado
pedaço de brisa fresca
que passa e arrepia a pele
que toque e areje a alma
que traga um verso de calma
que vente uma estrofe de amor
que não exagere no pudor
pois só assim se pode amar
com muito sim, com pouco não
se não quiser silenciar
o mais bater do coração

10/06/2010


Para quem não conhece Mahria, é só ir ao Entretantas ...
http://wwwantesqueeuesqueca.blogspot.com/

sábado, 12 de junho de 2010

JC & Rebeca

É só ir lá ao blog deles que dá vontade de fazer um poeminha mais apimentado ...

Se juntar a fome
Com a vontade de comer
Se juntar seu nome
Com o gemido do dizer
Se você que me consome
Na hora de enlouquecer
Se a bebida que se tome
É néctar de prazer
Não me diga não
Não me negue o seu tesão
Não tire de mim a mão
Não dispense minha paixão
Deixe eu estar dentro de ti
Te deixar fora de si
Ver tua boca que sorri
Ver nos olhos o que eu li
Que a lua é pequena
Na noite serena
De perfume em flor
De cheiro de cor
Vermelho de amor
Falta de pudor
Desejo de rasgar
Querer dilacerar
Vontade insaciável
Furor inigualável
Fagulha que inflama
No quarto, é chama
E incendeia sua cama
Aquele que te ama 10/06/2010



Para quem não conhece esse casal, é só visitar: http://www.nectardaflor.com.br/

terça-feira, 1 de junho de 2010

Trocando cartas ...

Como bem sabes, não se saboreia certos pratos em hora errada. E textos são pratos, com o perdão da ofensa aos puristas das letras, e mais que isso, são pratos deliciosos. Tudo bem que vez ou outra o sabor é insosso o suficiente para se optar pela fome, mas fiquemos com o lado bom da porcentagem e apreciemos os bons textos nas horas em que seja realmente a sua hora de ser lido.

A vida continua corrida por aqui e o cotidiano tem 12 horas obrigatórias a serem cumpridas, sob a pena de não se fazer o que pede o crachá acima e os que estão acima dele. Não será para sempre, mas o horizonte foi pintado na mente e agora eu o desejo bastante nas telas da realidade. Há muito o que se fazer e mais de ano e meio já se passou nessa empreitada onde se navega em mar sempre revolto, com mínimos de calmaria vez ou outra a esperar pela nova tormenta ou fazer de ondas.

São poucos minutos além das oito e a matina já vai tomando ares de manhã. A ausência de ontem na banca se fazia necessária, é preciso estar junto aos seus em datas festivas, ainda mais quando a data é de alguém que, mesmo sendo dos seus, volta e meia é visto pela berlinda. Não importava tanto o cansaço dos olhos, valia um sorriso na dona da festa e isso ainda não tem preço nem código de barras.

Mais um pouco além das oito, mas já lá se vão uns bons quinze minutos de quando comecei a leitura de Lutier, ao menos do pedacinho que me enviaste. Confesso, o Estácio me é ignoto. Não de nome, que aí seria alienação, mas de vista e presença. Não importa muito isso agora, nem mesmo o casarão que está lá. Importa mesmo é o outono e suas folhas. Deveria ser matéria obrigatória nas escolas e fazer parte da lei: todo mundo deveria, ao menos uma vez na vida, pronunciar alguma sentença onde tivéssemos a presença de "folhas de outono", porque existem poucas coisas na face desse Planeta que sejam mais bonitas que folhas de outono e toda a magia que as envolve.

Não importa muito qual seja o tom da cor, que seja sua queda ou a colcha que desenham ao cair no chão, entre gramas, calçadas e guias, após um inigualável vôo de leveza pelo ar de outono, ainda que essa leveza se mostre em rajadas e ventanias tais.

Olhares perdidos no infinito, foto em preto e branco e folhas no jardim da praça ou das casas. Nada disso teria muito valor se não fosse o outono, não teria charme nem sabor. Seriam, apenas, meros escritos insossos.

Ao te ler, fico imaginando o outono no Estácio. Quem sabe um dia? O inverno vem se chegando, talvez agora só numa próxima estação, pois esse trem já passou. Mas nem só de imagens vive a retina e é possível desenhá-lo na mente através de um bom par de letras. E enquanto houver penas, a sua inclusa, é claro, o Estácio estará logo ali, a uma grafia de distância.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vôo em dueto

- Voar!
- Voar?
- Voar, levantar, galgar, alcançar
- Para que?
- Para se deliciar!
- No ar?
- Sim, no ar
- E ver o mar?
- Sim, pode-se observar
- Então, há uma visão
- Ou ilusão
- De ótica?
- Quem sabe?
- Não sei
- Não perguntei quem não sabe!
- Eu sei
- Não gosto de saber
- Por que?
- Para não responder
- Responder é falar
- Prefiro o silêncio
- E onde achar?
- O que?
- O silêncio
- Ah! No ar
- No ar?
- Sim, com amor e paz
- Sem dor?
- Sem dor
- Só no ar?
- Sim, sempre a voar
- Adeus
- Já vai?
- Sim
- Por que?
- Prefiro o falar
- Então ...
- Pois não!
- ... não sabe voar?
- Quem sabe?

09/03/80

domingo, 25 de abril de 2010

Mundo Novo

Uma nuvem apareceu branca
O Sol lhe deu bronzeado
Morenas nuvens chegaram
Berrou no Céu um trovão

Ficou então tudo preto
O ar se umedeceu
Olhei para cima e só vi
Água em chuva que vinha

Aqui, se via um buraco
Cratera de enorme vulcão
Apenas plantas em verde
E peixes que eram terrestres

A água descia em seqüência
De pingos passou a toró
De vez em quando se ouvia
Uma pancada no meio das nuvens

Aqui, naquela cratera
Cratera de verde e de terra
Piscina agora virada
Pulmões já estavam em brânquias

E os peixes de terra viraram
Em uma metamorfose
Peixes de água em sal
De pelos mudados em escamas

Piscina pra aquilo era pouco
Aquilo agora era aquário
Aquário de vida beleza
Beleza de plantas marinhas

Marinhos, mariscos, medusas
Medusas, em musas, sereias
Sardinhas, moluscos, baleias
Corais em cores difusas

Seqüências de vida nascente
Mudanças de novo ambiente
Aquário aquilo não era
Um mundo havia nascido

Nascido, cresceu, se formou
Formado, beleza a mostrar
Por água, molhado ficou
Seu nome, chamaram-lhe mar

27/07/80

domingo, 18 de abril de 2010

Onze versos

Um verso por ano
Numa única estrofe
Sem métrica ou rima
Apenas um poema
Denso, condensado
Um sentimento forte
Real ou ilusão?

Na vida do poeta
Só uma tristeza assusta:
Não poder mais escrever
Ou o acabar de sua paixão 23/07/2002

terça-feira, 13 de abril de 2010

Sofia

Nem que seja por uma fresta
Não se cansa o olhar
Não se para de espreitar
O menor dos movimentos
Nos instantes, nos momentos
Um a um, hora a hora
Tempo passa sem demora
Vontade de acalantar
Ter nos braços pra ninar
No escurecer do Sol
Pela tarde que se vai
Hora de trocar a roupa
Um sorriso de criança
De pureza toda nua
O sono que vem com a noite
Que é bela por ter Lua
Rainha da madrugada
Que ao raiar da alvorada
Passa o seu cetro real
Pois vai se chegando o dia
E com ele, vem Sofia

13/04/2010


Presentinho pra netinha do grande amigo Moita

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Diálogos por email

Gladstone says


Tenho mil amores na alma, tenho sim, mas não sei se é bom.
Já é alguma coisa, mais não sei se é bom.
Esse anexo nasceu me deixando na encruzilhada!


Monday answers


Ter amores sempre é bom, basta não se abater pela frase feita, pelo dito popular, pela tradição social ou qualquer outra imbecilidade que põe o pronto a frente do que ainda não aconteceu.

Sentir é bom e faz parte, sentir é uma arte. E no mundo só não se sente mais porque há poucos artistas, então não se cria, apenas se copia. E ao se copiar, não se pensa no encaixe, só na aparência. E quem vive de aparência é miragem, cujo fim sempre acaba sendo areia e deserto.

Se você tem mil amores na alma, seu destino é ser oásis.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Homenagem a Armando Nogueira


aos ouvidos seus
um instante de prazer
um minuto de poesia
leve prestar atenção

Ouça o bater do coração
que pulsa em cada verso
palavra a palavra,
universo revelado
sem rima ou métrica
apenas o suave toque
de um ser angelical
que por onde andava
vivia amando,
que transformava
vivia Armando
no bem me quer
no mal me quer
na escuridão, uma clareira
uma ode a vida
caro Nogueira

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Solidão

Seja vale ou depressão
Seja cruzar, o desejo
Não feche os olhos
Estenda a mão

Em arcos ou concreto
Em aço ou estais
Sejam as colunas altas
Ou os pilares rijos
Não tema por sua solidão

Quando menos se espera
A distância vira pó
Se esvai o luto
E seus amigos te avistam
Com os passos que se seguem
A cruzar o viaduto

25/02/2010


Ao amigo Glads, escritor de mão cheia ...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Quatro personagens

O operário da construção ao lado
tem um monte de pregos na boca

Tira um
encosta na tábua
mira na cabeça
e sapeca o martelo

Ai! - grita o prego
Ai! - grita tábua
Ai! - grita o martelo

Pega outro prego,
mesmo ritual,
e sapeca o martelo
... no dedo!

Ai! - grita o operário

E os três riem da cara dele!

22/12/80


Olá, gente. Sim, ando ausente e sem visitar os amigos, mas ainda estou por aqui ... rsss. Hoje é dia de festa, coloquei mais um completo na minha conta de quarentão.

O poema é de 1980 e, como a alma ainda é adolescente, achei que era um bom presente de aniversário para o blog. Coisa de criança grande ...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Soneto para Cláudia

A pele é morena
o olhar sereno
a voz se aproxima
num mais conversar

Sorri
franze os olhos
cabelos vão presos
porém ela não

No corpo esguio
de um magro bonito
bermudas, chinelos

Caminha, vai livre
desfila sorrindo
pelo Guarujá

16/11/82